sábado, 16 de junho de 2012

André Eduardo e Jornalista Juremir Machado do Jornal Correio do Povo na Feira do Livro em Santa Rosa 2011

Juremir Machado lança livro sobre a revolução de 1930


O historiador, professor universitário e escritor gaúcho Juremir Machado da Silva conta que, logo que terminou de escrever o romance Getúlio, começou a ser tomado pela estranha sensação de não haver conseguido contar tudo o que tinha aprendido e lido sobre a Revolução de 1930. Era como se faltasse mais um volume. Então, com a aproximação dos 80 anos do movimento, completados em outubro, viu-se tentado a terminar o trabalho.

Reuniu mais material e escreveu 1930: Águas da revolução, que acaba de sair pela Editora Record. “A Revolução de 1930 foi a mais importante já ocorrida no Brasil. Mudou nossa cara. Foi complexa, muito contraditória, rápida e fulminante, além de ter tido personagens fabulosos como Getúlio Vargas, João Neves da Fontoura, Virgílio de Melo Franco, Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, Osvaldo Aranha e outros”, diz o escritor.

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Coordenador do Programa de Pós-graduação em Comunicação da PUC do Rio Grande do Sul, Juremir Machado afirma ainda, sem meias-palavras, que em 1930: Águas da revolução não há ficção. “Para mim, atualmente, escrever um romance é menos inventar do que usar uma forma de narrativa. Romance é uma maneira de contar. Quando leio romances de ficção, fico decepcionado. Os personagens são pouco consistentes. A história é sempre mais rica, pulsante, poderosa...”

Teorias literárias à parte, em 1930: Águas da revolução Juremir Machado escreveu ótimo romance, bem à altura de Getúlio, com o qual se consagrou. Escreve em ritmo envolvente, contando todas as manhas, artimanhas, marchas e contramarchas vividas pelos revolucionários de 1930 até a chegada de Getúlio Vargas ao poder, com o apoio de Minas e da Paraíba, por meio de um golpe de estado que depôs o presidente Washington Luís e impediu a posse do candidato eleito Júlio Prestes. 

Mais interessante ainda: o romance, a partir de certa altura, é narrado sob a ótica de Gabriel d’Ávila Flores, soldado de 98 anos que participou daqueles entrevero e ainda está vivo. Em 1930, segundo Juremir, ele lutou ao lado dos legalistas em Porto Alegre. Derrotados, passou para o lado revolucionário e seguiu no trem de Getúlio até  Rio de Janeiro. Voltou a lutar em 1932. “Estivemos juntos várias vezes, conversamos muito. Gabriel é testemunha ocular. Ele é um documento vivo, intenso. Sem ele o livro perderia muito em sua autenticidade e força. Outro dia, fui visitá-lo no Hospital Militar, em Porto Alegre. Apesar de estar doente, seus olhos brilhavam com o fogo aceso das revoluções de 1930 e 1932, das quais não se cansa de lembrar”, entusiasma-se o escritor ao falar do personagem. 

Estratégia Se o fato de ele também ser gaúcho o ajudou na escrita do romance, Juremir diz que, de certa forma, sim. Mas que não se limita a uma visão “gaúcha” da história. Por exemplo, no caso de 1930, ele entende que o papel desempenhado por Minas foi decisivo, e que Antônio Carlos colocou o poder no colo de Getúlio Vargas num golpe estratégico fabuloso. “Com aquela revolução o Brasil saiu da Idade Média para entrar na pré-modernidade. Depois dela, às vezes por meios tortuosos, as mudanças começaram a surgir. Foi um processo contraditório, no qual não faltou violência, autoritarismo, ditadura. A democracia não era um valor forte em praticamente nenhum lugar na época. O Brasil pós-1930 deu um passo à frente”, afirma.

 Seja como for, se a leitura de 1930: Águas da revolução não traz, do ponto de vista estritamente histórico, muitas novidades, sua leitura, com certeza, nos fará mergulhar num dos mais fascinantes momentos da história brasileira, que anda meio esquecido, como quase tudo de importante nesse país. Com a publicação do livro, Juremir Machado, que é também cronista do jornal Correio do povo, em Porto Alegre, traz de volta à tona personagens tão importantes como Getúlio Vargas, Osvaldo Aranha, João Neves da Fontoura, Washington Luís, Luís Carlos Prestes e o mineiro Antônio Carlos, que, para muitos, atualmente, não é nada mais do que o nome de uma avenida recém-reformada em BH.

1930: Águas da revolução
De Juremir Machado
Editora Record, 266 páginas, R$ 39,90. 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012



Entrevista para RBS TV Santa Rosa
Sobre "Segurança Publica"















Reunião com Presidente da Câmara de Vereadores de Santa Rosa.